| BRUNO VALENTE |
ECOS DE ÉVORA...
Partilha da Festa do Seminário de Évora 2021
No dia 2 de Fevereiro, a comunidade do Seminário Maior de Évora celebrou, juntamente com o senhor Arcebispo de Évora, a Festa da Apresentação do Senhor, popularmente conhecida como festa da Purificação de Nossa Senhora ou Senhora das Candeias. Uma vez que esta é a padroeira do Seminário de Évora, celebramos neste dia a Festa da Casa, o que constitui um momento bastante significativo no decurso de todo o ano formativo. Vivendo-se a atual situação pandémica, as celebrações deste ano decorreram apenas dentro do edifício do Seminário, não contando com a habitual presença dos consagrados que, neste dia, costumavam associar-se à comunidade do Seminário para celebrarem o dia da Vida Consagrada.
Assim, para melhor prepararmos o dia da Festa, realizámos uma novena na qual se vive a oportunidade de, em cada ano, contemplar a Virgem Maria sob alguns dos títulos com que é invocada. A habitual “pregação” realizada pelos alunos de sexto ano constitui um momento significativo numa casa orientada para a formação de futuros sacerdotes, incumbidos também da missão de anunciar. Por sua vez, já nos dias mais próximos da Festa, rezámos o Akathistos, uma composição mariana do rito bizantino, bem como a Vigília da Festa, expressando assim a nossa devoção e estima à Mãe que nos acompanha, em cada ano, no nosso percurso pelo Seminário Maior.
O dia da Festa, iniciámo-lo com uma conferência proferida pelo senhor Arcebispo, D. Francisco Senra Coelho, acerca da história do seminário e da relação dos arcebispos de Évora com esta Casa ao longo dos últimos séculos. Assim, pudemos perceber o pensamento pioneiro do Cardeal D. Henrique face ao cuidado pela instrução do seu clero, quando decidiu erigir esta casa. Ainda que no meio de muitas dificuldades, percebemos que o cuidado pela formação dos sacerdotes foi uma marca característica de todos os arcebispos. No final, fomos interpelados a renovarmos a nossa dedicação e o nosso empenho a esta comunidade, não esquecendo as exigências do tempo presente.
Após a conferência, teve lugar a Eucaristia, momento central da Festa. Vivemos um tempo absolutamente extraordinário e a procissão de velas deste ano, diferente dos anos anteriores, constituiu um momento bastante significativo para todos. Os cânticos que ecoavam no claustro convidavam-nos a redescobrirmos a importância e a beleza dos pequenos gestos, recordando-nos que o Senhor também se manifesta nos gestos mais pequenos e singelos. Apesar de este ano não podermos celebrar com todos esta data tão especial para a nossa comunidade, continuamos a ser uma presença ativa na vida da Igreja, ainda que de um modo mais discreto.
Na homilia, o senhor D. Francisco convidou-nos a contemplarmos o mistério da Apresentação do Menino no Templo, alegrando-nos por fazermos parte daqueles que, como Maria e José, Simeão e Ana, são capazes de reconhecer o rosto misericordioso de Deus na ternura de uma criança indefesa. Deste modo, advertiu-nos para o cuidado que devemos ter para com os mais pequenos e indefesos que nos preparamos para servir, fazendo deste tempo um tempo de verdadeiro discipulado de Cristo, “o nosso fascínio, o nosso projeto e a nossa construção”. Por fim, seguiu-se o almoço que nos permitiu continuar a celebrar este dia em espírito de confraternização. Esperando podermos voltar a abrir as portas desta casa no próximo ano para celebrarmos juntos esta data tão especial para nós, pedimos que continuem a rezar por esta comunidade de discípulos de Jesus.